P.303: No que depender de mim...
A vida corre se o que a faz mover depende só de mim. Gosto daqueles dias em que, volvida a manhã, tenho já a sensação plena do tempo útil. Gosto de encher pedaços de papel com lembretes de tarefas a executar e de ir “dando baixa” dos deveres cumpridos.É quando as coisas dependem da interacção com os outros que elas se complicam, emperram, avolumam, pesam. É difícil adaptar ao ritmo alheio, sobretudo quando ele prima por uma desesperante lentidão. É penoso negociar ideias, gerir tempo, aceitar prioridades diferentes, atrasar o passo ou, pelo contrário, viver ansiedades evitáveis. Mas tudo isso se encontra e nos condiciona em família, no trabalho, no quotidiano dos serviços… Se a coisa é prometida para o dia seguinte sem falta e se escoam oito dias sem cumprimento, fico doente!
A dificuldade amplifica-se se o papel é de líder desinvestido da necessária autoridade, como tantas vezes acontece em estruturas intermédias de chefia da função pública. Responsabilidades sem poder é que nem triste escalada do monte das Oliveiras… E quantos não andarão carregando essa cruz?



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