31.3.08

P.414: Dois goles a duzentos paus!

Ontem, num telejornal das 20h, reportagem sobre cafés, bicas, cimbalinos. Em Portugal, é bem sabido, usa-se e abusa-se deles e é talvez dos hábitos mais difíceis de contentar quando nos ausentamos deste rectângulo onde a boa, aromática e encorpada bebida é vendida em qualquer canto e esquina com uma qualidade incomparável. Lá fora é mais raro e seguramente muito menos saboroso, excepção feita (e nem sempre…) ao espresso italiano.
Tudo a propósito dos preços, amplamente comparados na peça com os praticados por essa Europa mais próxima, para concluir que o nosso país se é de todos o que regista maior consumo, é também aquele onde se paga menos por cada chávena bebida. Até aqui, tudo bem, embora, devo dizer, 55 cêntimos em média por uma bica não me pareça nenhuma "barateza".
Mas a coisa não ficou por aí. Toda aquela pesquisa e explanação jornalística se destinava, afinal, a contextualizar um aviso e uma má notícia: a inevitabilidade e a iminência da subida de preços do café no nosso país, prevendo-se que chegue a 1 euro por xícara até ao fim do ano!
Neste ponto, como é de regra, a repórter foi ouvir os vendedores que, queixosos e compungidos, lá fizeram as tradicionais queixas sobre elevadíssimas subidas do custo da matéria-prima, diminuição drástica das margens de lucro e necessidade absoluta de que o consumidor assuma um encargo mais próximo do preço real do bem consumido…!
A mim custou-me bastante engolir aquela “desgraceira”. É que tenho um exemplo concreto e bem próximo que me mostra uma outra realidade. No meu local de trabalho há um bufete, uma máquina de café comme il faut e venda de bicas iguaizinhas às dos estabelecimentos comerciais excepto numa coisa: o preço. Há não muito tempo chegou a praticar-se o preço de 25 cêntimos, mas foi necessário baixá-lo por se estar a ultrapassar a pequena margem de lucro permitida em vendas nas escolas. Fixou-se nos 0,20€ e não dá prejuízo!
Que me digam que uma escola não tem as despesas de impostos e de pessoal de uma casa comercial, aceito-o com certeza. Agora, que 35 cêntimos de diferença não cheguem para cobrir esses extras de custos e ainda render benefícios já me custa muito a acreditar.
Possivelmente uma reportagem sobre o mesmo tema, daqui a uns dez anos, já não nos colocará na cauda dos preços, mas também não nos situará no topo dos consumos… É que os salários, esses, não há meio de nivelarem!

P.413: Contas-me como foi?

Todos os domingos em que estou disponível após o jantar, dedico os 40/50 minutos da série televisiva a recordar-me de como foi… Rio bastante, sorrio quase sempre e também choro, algumas vezes, em cenas que me lembram gente que já me falta, entre outras razões…
Era uma injustiça não falar aqui de um folhetim – já estou a remontar à época – tão bem recriado e que tanto gosto me dá ver! Assim vale a pena! Dizem-me que o modelo é importado e eu, que não o conheço noutros países, só posso concluir que, à revelia do preceituado pelo grande Eça, nem sempre a “imitação” desvirtua, exagera, caricatura. Neste caso, se a matriz é internacional, o conteúdo e a forma são bem portugueses, bem rigorosamente nossos, nos mínimos pormenores. E é por esse grande labor e rigor de recriação que, ao domingo à noite tenho este encontro com o meu passado, revendo tanto na lata de farinha e nos naperons como no gesto da avó, no linguajar da vizinha como no progressismo do padre, nos preços, nas roupas, nos hábitos, nos sonhos… a minha infância!
Um desempenho fantástico o destes actores, em que destaco os mais novitos que não têm, como os restantes, um manancial de memória onde recolher um modelo.

Vivo por vezes um pouco a fantasia de A Rosa Púrpura do Cairo: esbato limites, incorporo a ficção na realidade. Estou entre esses miúdos e vamos brincar aos índios e cowboys, sendo que, certo e sabido, eu serei índia, pela "pinta" e pelo gosto, remoto, das minorias e das causas perdidas…
Que bem me sabe!

(Fotografia e mais informações)

30.3.08

P.412: Do Catar, sem amor!

A televisão Al Jazeera fez uma reportagem sobre Portugal em que põe o país pela rua da amargura, expressão idiomática que ali cabe quase em sentido literal. O retrato é traçado a partir da capital – pelo menos na parte divulgada pelas nossas TVs – mostrando que a cadeia árabe está bem informada pelo menos numa coisa: a nação é Lisboa, o resto é paisagem.
Quanto ao mais, só corrupção, pobreza, politiquice, degradação… Um olhar tão selectivo e tão uniforme no seu critério de mostrar o mau, que temos que concluir com surpresa uma predeterminação!
De onde virá este sem-amor talvez fosse interessante esclarecer. Mas, que me conste, não houve portugueses que, ofendidos na sua honra nacional, viessem para a rua, na sequência disto, clamar contra o Catar, pedir a cabeça dos jornalistas da Al Jazeera, queimar as suas bandeiras… Costumes dessas paragens médio-orientais que, felizmente, não cabem aqui. Antes assim.
Fica por esclarecer toda a verdade sobre o envolvimento dos Sá Fernandes no tendencioso olhar…

29.3.08

P.411: Ilustres casas...

A não muitos quilómetros, a noroeste desta casa e na margem oposta do Douro, descansa em campa rasa o ilustre Eça que ilustre fez esta Casa de Ramires num seu romance de ocaso. Diz aí o Autor que a sua “torre [é] antiquíssima, quadrada e negra” e ela lá continua, mais um século volvido sobre a publicação destas palavras, vetusta mas ainda assim mais robusta e firme que a construção envolvente. Razões similares às que aproximaram o escritor de Santa Cruz do Douro e da casa que é hoje sua Fundação, Quinta de Vila Nova/Tormes, o trouxeram ao conhecimento desta moradia solarenga: pertencia à família de sua mulher Maria Emília de Castro Pamplona.
Hoje os proprietários – viúva e três filhos – são de uma outra família, fidalga ou plebeia não sei dizer, mas seguramente a braços com uma herança pesada em história, renome e preço de reconstrução! O estado é calamitoso: um fantasma triste, abandonado numa paisagem aberta e linda!

Um pouco mais cedo, ainda em Resende, um “comité” arregimentado recolhia assinaturas para uma petição a dirigir à Assembleia da República. Em demanda a autorização dos altos representantes da nação para transformar o dormitório dos frades de S. João de Tarouca, a não muitos quilómetros dali, num hotel que o salve da ruína… Quem visitara o dito e se compadecera das pedras caídas, assinou sem hesitação. Em mim, porém – olhos que não viram, coração que não sente? – venceu a relutância de pedir para tornar de poucos o que é de todos por direito. Idealismos fora de tempo?... Pouco me importa. Que me peçam a minha pequena contribuição de um bilhete de entrada por todo esse património português gratuito, mas que não me impeçam de entrar em nenhum monumento do meu país por não poder pagar um preço exorbitante de estadia!

27.3.08

P.410: Do corpo

Não te importe, ó mortal, depois de morto
Desaparecer na curva do caminho.
Aqui és corpo; e injuriar o corpo
É pisar a sombra do divino.
Lúcida a carne, num fugaz milagre,
É de eternos assuntos a medida:
De ar, água, terra e fogo sumidade,
Lugar de amor onde se ganha a vida.

Se concorrem na alma embuste e danos,
O corpo em qualquer língua é verdadeiro.
P’ra que ao além não fie a Parca enganos,
Retrata-nos a morte em corpo inteiro.
Vem das estrelas o sangue que nos guia
E em amorosa perfeição na carne
Está toda a eternidade resumida.
Corpo! Sombra de deus. Simples verdade.

Natália Correia


Nem todo o corpo é carne… Não, nem todo.
Que dizer do pescoço, às vezes mármore,
às vezes linho, lago, tronco de árvore,
nuvem, ou ave, ao tacto sempre pouco…?

E o ventre, inconsistente como o lodo?...
E o morno gradeamento dos teus braços?
Não, meu amor… Nem todo o corpo é carne:
é também água, terra, vento, fogo…

É sobretudo sombra à despedida;
onda de pedra em cada reencontro;
no parque da memória o fugidio

vulto da Primavera em pleno Outono…
Nem só de carne é feito esse presídio,
pois no teu corpo existe o mundo todo!


David Mourão Ferreira

25.3.08

P.409: Sejamos francos!

O papel deprimente que desempenharam todos os intervenientes no episódio, recente e amplamente divulgado, da Escola Secundária Carolina Michaëlis teve, pelo menos, um dom: o de colocar na ordem do dia o assunto da falta de educação, contestação da autoridade e agressões de vário tipo, quotidianamente vividos nas escolas.
Sejamos francos: muitos de nós professores, ao vermos esse triste desempenho de protagonistas, personagens secundárias e mesmo dos inoperantes figurantes, somos capazes de evocar a turma A ou a turma B, a aluna X ou o aluno Y capazes de, num mau momento nosso, nos envolverem num enredo semelhante.
Quero com isto dizer que, embora chocantes, os factos ali mostrados estão longe de ser raros e, em potência, estão actualmente quase sempre presentes, tornando frequentemente o dia-a-dia das aulas uma verdadeira guerra de nervos.
Parece-me, no entanto, e é pena que assim seja, que o triste acontecimento se apagará sob os discursos, as muitas análises em torno das sobejamente conhecidas causas, sem vir a suscitar uma única medida bem pensada e com garantias de eficácia…
Defendo uma formação especializada em interacção com adolescentes e jovens problemáticos para os professores e percursos formativos especiais para alunos reincidentes em comportamentos desadequados, percursos não baseados, portanto, apenas nas suas capacidades intelectuais e/ou de trabalho, como acontece actualmente, embora muitas vezes esses problemas coexistam.
Para alunos “ingovernáveis” dentro do sistema de ensino que temos, penso muitas vezes – que me perdoem a “ousadia” os colegas que tanto prezam a “escola democrática filha do 25 de Abril” – na disciplina militar praticada nos Quartéis por instrutores preparados para vergar rebeldias. Por que não pensar nesses locais, hoje tão despovoados, e numa formação valorizando o exercício físico intenso e a aprendizagem de valores, a par de algumas matérias do currículo normal, para a formação de um certo perfil de alunos? A mim não me chocaria, sobretudo quando vejo o desespero de alguns colegas, dos pais e mesmo dos próprios alunos, perdidos em revoltas que não sabem bem explicar e infelizes em consequência delas…

22.3.08

P.408: Antecipação

Das mil águas de Abril...


20.3.08

P.407: Casulas e botelo

Uma das minhas refeições do fim de semana de Páscoa será, provavelmente, de casulas e botelo ou, dito por outras palavras, vagens secas de feijão e chouriço de ossos. A ementa é mais adequada ao Carnaval, mas só agora me calhou em sorte dar um salto a Mogadouro e aterrar numa animada e bem sortida feira de artesanato e produtos da terra. Nunca provei, mas asseguram-me os conhecedores que é um petisco! Não fora outras preocupações e viria de lá carregadinha das coisas apetitosas que trouxe na memória, mormente um pão grande e cheiroso, vários queijos, grande variedade de biscoitos de aspecto e de nomes sugestivos…

“Dar um salto” a Mogadouro é, ainda, uma expressão muito optimista, mesmo para quem parte de cerca de 136 km de distância. Duas horas e meia bem medidas e a paciência de meio percurso em estrada antiga e sinuosa… daquelas que já muitos portugueses desconhecem, mas que ainda abundam nos interiores esquecidos. Talvez também por essa razão, o acolhimento é fantástico, como que a pedir ao viajante desculpa pela difícil empreitada de lá chegar.

Trás-os-Montes é região grande e variada. E quando assim rumo a Este, atravessando a Terra Quente, ouvindo a gente, apreciando produtos locais, sou obrigada a reconhecer que a zona de Vila Real pouco tem a ver com esse Nordeste profundo. O mesmo acontece se a incursão for para Norte, em terras de Boticas e Montalegre. Más estradas e clima agreste, secundados pela geografia do terreno, mantiveram cada terra com seu uso… E se era bom que se resolvessem as incomodidades e dificuldades dos acessos – o que está ainda longe de acontecer –, seria muito agradável que ao mesmo tempo se mantivesse a diversidade de produtos e tradições gerados na anterior pobreza e isolamento…

19.3.08

P.406: Neste dia de quem já só tenho na memória


Vamos ao monte?...
Programa dezenas de vezes repetido e sempre uma festa! :-)

18.3.08

P.405: Portugal é um jardim...

Nem Camões, nem Pessoa. Há enganos que se propagam como epidemias!

Todos sabem, e muitos o dizem: “Portugal é um jardim à beira-mar plantado”. Agora aquilo sobre que nem todos acertam é a autoria da repetida referência.

É de Tomás Ribeiro que, em 1862, no Poema A Portugal da obra D. Jaime ou a dominação de Castela, obra anti-iberista e, portanto, contra uma forte corrente da época, romanticamente o afirma. Aqui fica o excerto que contextualiza a expressão na sua origem:

A PORTUGAL

Meu Portugal, meu berço de inocente,
lisa estrada por onde andei, débil infante,

variado jardim do adolescente,
meu laranjal em flor sempre odorante,
minha tarde de amor, meu dia ardente,
minha noute de estrêlas rutilante,
meu vergado pomar de um rico outono,
sê meu berço final no último sono!

(…)

Jardim da Europa à beira-mar plantado
de louros e de acácias olorosas,
de fontes e de arroios serpeado,
rasgado por torrentes alterosas,
onde num cêrro erguido e requeimado
se casam em festões jasmins e rosas;
balsa virente de eternal magia,
onde as aves gorgeiam noute e dia!

(…)

Tomás Ribeiro, D. Jaime

17.3.08

P.404: Uni.form.idades

Viajava à minha frente no autocarro, proporcionando-me, não muito acima do encosto da cabeça, sinal de pequena estatura, uma visão próxima da redondela da careca, orlada de curtos e pouco abundantes cabelos brancos. Andaria pelos 70-80 e como o trajecto prometia demoras, desdobrou o amplo jornal sem constrangimentos de espaço, já que se sentara sozinho nos dois lugares disponíveis.

Se prestou muita ou pouca atenção à leitura das primeiras notícias, não poderei dizê-lo, embalada pelas divagações em que me lanço quando, para lá do vidro, corre uma paisagem bonita mas sem surpresas. Não sei, por isso, há quanto tempo o homem estacionara naquela artigo que o meu olhar, regressado ao interior da camioneta, apercebia por entre os dois bancos: uma bela loiraça, provocante e nua, enchia por inteiro a página onde o tipo, demoradamente, lia, talvez nas formas, na pele… na memória?... os encantos daquela notícia fresca!

Sorri. E as minhas cogitações seguiram um outro rumo em que, confesso, o sexo oposto, com a sua bastante ampla uniformidade reactiva, sem diferença de classe, cultura, proveniência, idade... , não saiu muito lisonjeado… :-))

15.3.08

P.403: Ânimo!!

Chegou até mim pela mão do meu filho e achei a "mestiçagem" musical de tão bom resultado que não tenho ouvido outra coisa! Os Gotan Project Gotan anagrama de Tango – conjugam o tango com a electrónica, criando uma música forte, moderna, irresistível!
Aqui fica, um sopro da sua enérgica alegria:

14.3.08

P.402: Pesadelo!

Informação, informação, informação… mais informação… num volume tal que é impossível assimilar tudo e mantermo-nos à tona!
A parede da sala de professores reveste-se de tantos cartazes "apelativos" (originais, coloridos, competindo em tamanho...) que já dificilmente algum cumpre o apelo! Os avisos mais importantes tiveram que passar a projectar-se num ecrã de LCD, em lugar de destaque, e até essa estratégia, passada a novidade, se diluiu já no conjunto denso da informação visualmente imposta. A caixa de correio de cada Departamento fica a abarrotar de informações em cada semana, fora a que passa – quando realmente lida – via e-mail, essa invenção que nos põe ainda mais acessíveis ao contacto informativo e que supostamente viria substituir muitos papéis, mas apenas se acrescentou a eles… Depois há aquela informação que se quer mesmo que nos chegue às mãos e, para essa, temos o funcionário no nosso encalço, descartando-se da papelada e clamando pela nossa assinatura comprovativa. Conscientes da dificultosa tarefa de chegar a quem pretendem pelas vias enunciadas, alguns organismos contactam telefonicamente, reforçando a mensagem: Concurso? Será aquele destinado a alunos de 3ºCiclo com 14 ou mais anos? (Uma possibilidade entre dezenas de outras…) Não era.
E a todo o instante alguém nos pede uma folha perdida ou acrescenta três ou quatro à nossa resma!

No meu pesadelo chovem papéis sobre a minha cabeça. Amontoam-se-me à volta os decretos, os despachos, os convites, as cartas, os anúncios, os regulamentos, normas e circulares , avisos, informações, reclamações, notas explicativas, formulários, grelhas… Tento agarrá-los, evitar que se depositem em torno de mim, lê-los. Mas escapam-se-me das mãos, dançam na minha frente, fogem-lhes as letras… Cresce a ansiedade e a aflição à medida que vou ficando submersa…
Para já tenho sido salva, in extremis, pelo despertador!

10.3.08

P.401: Arte que se explica


Falemos de arte visual, por exemplo, daquela difícil, da que tem que ser explicada em palavrosos discursos mais elaborados que a própria peça que os suscita… :-)
Fui professora acompanhante de uma visita de estudo de alunos a Serralves, exposição de Robert Rauschenberg, e a minha delícia maior foram as reacções espontâneas dos miúdos face às propostas artísticas e às trabalhosas interpretações simbólicas debitadas pelo guia.
Quem não entende – depois de bem explicado – que uma banheira antiga, de aspecto gasto, assente sobre pés, meia de água, com garrafão submerso, suspenso de uma corda que desce de uma assemblage metálica que paira sobre o conjunto, representa Veneza? E quem não entenderá como legítimo o desabafo surdo de uma aluna ao meu lado: dizem que Veneza é tão linda…! Isto, professora?!
Recomendo-lhe atenção e abertura à novidade. Na aula falaremos. Mas compreendo-a, assim como entendo os olhares deles desconfiados sobre a escultura das almofadas, do pneu de carro rasgado, das caixas de cartão velho… da “carreta” de jardim enferrujada…

Dirão: grande parola! À vontade. Esta bourgeoise já foi suficientemente épatée para reagir às mais ousadas propostas. O que acontece é que não prescindo do gosto, do meu, e esse não se rege pela inovação ou pela tradição, pela ruptura ou pela obediência a cânones, mas pela emoção e pela adesão do meu espírito ao objecto de arte.

O que me agradou em Rauschenberg foi o desafio da descodificação das simbologias, o discurso em torno das possibilidades, descobertas muito mais próximas do meu universo que as próprias esculturas ou os desenhos sem lápis das suas pindéricas pirâmides do Egipto…

Imagens: Museu de Serralves e http://geometricasnet.blogspot.com/

P.400: Quebra (do silêncio)

Pausa longa na escrita. Tempo de assuntos que ocorrem, mas não encontram tempo de disponibilidade e de vontade…
Buraco nesta atmosfera onde me habituei a vir respirar às vezes o ar que me falta noutros lados.

Voltei para uma gargalhada seca. Pertenço aos cento e muitos mil professores que não percebem a bondade dos propósitos da senhora Ministra da Educação e da sua equipa e, não fora uma sólida confiança no meu discernimento e trabalho, estaria agora aqui lançando lágrimas e não os amargos sorrisos de quem trabalha sob ou apesar (dependendo das interpretações) de todas as políticas…

Esqueçamos estas tristezas com que temos que pagar as dívidas, hélas!, e falemos de outras coisas.