14.3.08

P.402: Pesadelo!

Informação, informação, informação… mais informação… num volume tal que é impossível assimilar tudo e mantermo-nos à tona!
A parede da sala de professores reveste-se de tantos cartazes "apelativos" (originais, coloridos, competindo em tamanho...) que já dificilmente algum cumpre o apelo! Os avisos mais importantes tiveram que passar a projectar-se num ecrã de LCD, em lugar de destaque, e até essa estratégia, passada a novidade, se diluiu já no conjunto denso da informação visualmente imposta. A caixa de correio de cada Departamento fica a abarrotar de informações em cada semana, fora a que passa – quando realmente lida – via e-mail, essa invenção que nos põe ainda mais acessíveis ao contacto informativo e que supostamente viria substituir muitos papéis, mas apenas se acrescentou a eles… Depois há aquela informação que se quer mesmo que nos chegue às mãos e, para essa, temos o funcionário no nosso encalço, descartando-se da papelada e clamando pela nossa assinatura comprovativa. Conscientes da dificultosa tarefa de chegar a quem pretendem pelas vias enunciadas, alguns organismos contactam telefonicamente, reforçando a mensagem: Concurso? Será aquele destinado a alunos de 3ºCiclo com 14 ou mais anos? (Uma possibilidade entre dezenas de outras…) Não era.
E a todo o instante alguém nos pede uma folha perdida ou acrescenta três ou quatro à nossa resma!

No meu pesadelo chovem papéis sobre a minha cabeça. Amontoam-se-me à volta os decretos, os despachos, os convites, as cartas, os anúncios, os regulamentos, normas e circulares , avisos, informações, reclamações, notas explicativas, formulários, grelhas… Tento agarrá-los, evitar que se depositem em torno de mim, lê-los. Mas escapam-se-me das mãos, dançam na minha frente, fogem-lhes as letras… Cresce a ansiedade e a aflição à medida que vou ficando submersa…
Para já tenho sido salva, in extremis, pelo despertador!

2 Comments:

Blogger aDesenhar said...

o teu pesadelo dava um filme!
boa sorte e que não haja matéria
para uma longa série, mas que seja sem pipocas.
:-)

março 15, 2008 12:38 da manhã  
Blogger Irene Ermida said...

Encarar essa realidade como um pesadelo é meio caminho andado para nos mantermos à tona. Apesar do grau de dificuldade da tarefa, mantermos o distanciamento em relação aos «pesadelos» e criar as nossas prioridades será um caminho... Afinal a vida é muito mais do que o nosso local de trabalho. Espero ter dado uma ajudinha para te sentires com mais coragem. Afinal, todos estamos a precisar disso!

março 15, 2008 7:48 da tarde  

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