10.10.09

P.466: O fenómeno dos felinos

Foi com surpresa e muito agrado que vi irromper, no quadro soturno das políticas e dos seus protagonistas, o humor inteligente e refrescante dos gatos, bem cheirosos nesse meio, por muito que se apelidem fedorentos.

Agrada-me esse princípio vicentino aplicado na denúncia da pobreza e da fealdade das ideias, dos slogans e das pessoas. Temos, afinal, esta riqueza: a de um país que gera, promove e aplaude a crítica política com graça, obrigando as figuras públicas à penosa prova da gargalhada, in praesentia, expondo-se de uma maneira nova e aprendendo a encarar o próprio ridículo, num exercício bem mais difícil que o dos combates entre iguais.

Tínhamos já provas dadas de criatividade na anedota e no cartoon. Soma-se, agora esta espécie de prova oral, proposta irrecusável em que se testam as habilidades menos treinadas dos visados, que mostram ou escondem, dependendo mais da sorte e da imaginação do que da vontade, os seus “lados lunares”… Uma sacudidela, também, às suas consciências. Bom e digno de aplauso!