P.413: Contas-me como foi?
Todos os domingos em que estou disponível após o jantar, dedico os 40/50 minutos da série televisiva a recordar-me de como foi… Rio bastante, sorrio quase sempre e também choro, algumas vezes, em cenas que me lembram gente que já me falta, entre outras razões…
Era uma injustiça não falar aqui de um folhetim – já estou a remontar à época – tão bem recriado e que tanto gosto me dá ver! Assim vale a pena! Dizem-me que o modelo é importado e eu, que não o conheço noutros países, só posso concluir que, à revelia do preceituado pelo grande Eça, nem sempre a “imitação” desvirtua, exagera, caricatura. Neste caso, se a matriz é internacional, o conteúdo e a forma são bem portugueses, bem rigorosamente nossos, nos mínimos pormenores. E é por esse grande labor e rigor de recriação que, ao domingo à noite tenho este encontro com o meu passado, revendo tanto na lata de farinha e nos naperons como no gesto da avó, no linguajar da vizinha como no progressismo do padre, nos preços, nas roupas, nos hábitos, nos sonhos… a minha infância!
Um desempenho fantástico o destes actores, em que destaco os mais novitos que não têm, como os restantes, um manancial de memória onde recolher um modelo.
Vivo por vezes um pouco a fantasia de A Rosa Púrpura do Cairo: esbato limites, incorporo a ficção na realidade. Estou entre esses miúdos e vamos brincar aos índios e cowboys, sendo que, certo e sabido, eu serei índia, pela "pinta" e pelo gosto, remoto, das minorias e das causas perdidas…
Que bem me sabe!
1 Comments:
Também não perco um episódio... é uma série excelentemente interpretada e muito bem adaptada. Como ainda vivi "aqueles tempos" ... as interpretações dos actores mesmo muito boas e ajudam a acentuar a correcção dos pormenores...é que numa série passada num tempo tão diferente do actual, mas tão perto no tempo, com muitas testemunhas por perto, os pormenores tornam-se PORMAIORES.
:)
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