28.2.06

Página 70: Carnaval


Carnaval gelado
Luta grotesca pelo riso…
Talvez conquiste a tua gargalhada
Pendurada a espaços
Na linha do meu tempo.
Carnaval
Cíclico, contínuo,
É com o teu excesso
Que me redimo
Da Páscoa triste
Que é a vida…

22.2.06

Página 69

21.2.06

Página 68: Na província neva...


O que faz esta gente? De que vive? Como vive?
E um frio nervoso e um frio de frio. E o passado a chegar-se todo às respostas e a ficar, recortado como sombra.
E depois, um calor sem idade a condensar-se no vidro. A loucura de um esquecimento momentâneo.

19.2.06

Página 67: Passada

Não sei se o terreno é firme,
Se o passo é certo,
Nem sequer se há viagem.
Parto, talvez.
Porque a vida é isso:
Uma errância, ao sabor da vontade.

Página 66: Extraordinary people

Página 65: Por favor,














uma vida nova; duas pedras de gelo e uma rodela de limão.
Obrigada.

16.2.06

Página 64: Cavaleiro andante

No imenso, parado, inebriante azul, tolhidos os movimentos pelo tédio, aguardo. Nem sei o quê, nem quem, nem se me compete ainda aguardar o que quer que seja.
Mas ali fico, por falta de alternativa ou de coragem. Parar e ver. Com o olhar descrente, cheio do mesmo, cheio de sempre.
Aparece, assim, no meio do nada que são os outros, e fala do Douro, abracadabra!
E agora?!
Tem cambiantes o azul. Estendem-se os membros para a jornada. Procura-se coragem, com olhar expectante. E, no lugar do sempre, a esperança!

14.2.06

Página solta

São mais que nomes, mais que vultos, em passos desiguais, a surgirem do passado. Trazem as palavras ou silêncios da conquista que a memória carregou. Tez clara, tez morena, corpo de deus, corpo de menino ou de homem que o tempo descuidou… Foram protagonistas, secundários, personagens voluntários da pequena ou grande história que lhes coube: namorados.
Nota: Qualquer semelhança dos fotografados com pessoas actualmente existentes é pura coincidência... e nenhum foi namorado da autora de blogue :-)

13.2.06

Página 63: Palavras nossas

Fotografia: Física2005
Desafiamo-nos com palavras que correm à nossa frente, a par, entrelaçadas, em jogos de empurra e de escondidas, vibrantes ou serenas.
Paramos às vezes a vê-las, curiosos de aonde nos levam. Momentos breves que se dissolvem em sorrisos de que brotam as novas palavras que lançamos na corrida.
E com elas enchemos de vida o horizonte!
««««««»»»»»»
[A "pedido" da semcantigas e do JL republico a fotografia que começou por ilustrar este apotamento. Ficam, então, a rua Nova da Alfândega e uma sala de aulas da Casa da Música, ambas no Porto. Existem relações entre elas e as mais evidentes estão longe de ser as mais interessantes!... Mandem sempre!]

11.2.06

Página 62: Cabide



- E aqui, senhoras e senhores, pendurei os meus sucessos pessoais!... Como diz? Não, não… por favor, não me falem de garrafas meias cheias ou meias vazias… De qualquer forma, se estiverem meias cheias tratarei de as esvaziar… naturalmente. Passemos à sala seguinte…

10.2.06

pÁgInA 61: pReSeNtE do R.



(Então como se diz, filho?
Quero mais!
Então como se diz, mãe?
Quero mais, filho! Quero mais... )

Página 60: Vale!


Em breve também nos hipermercados...

7.2.06

Página 59: Les deux amies


«As duas amigas no divã estão imóveis e cansadas. Com uma brincadeira, interrompeu os seus jogos ardentes. Não vou repetir as suas palavras, Marquet. Mas como poderia não me perturbar com a sua transposição? Estes pequenos modelos conversadores tinham apenas a graça pueril do seu corpo e, na flor do decote, a frescura da primavera de Paris. Como concebeu estas figuras? Eram só pequenos seres simples. Nada nelas era ambíguo e nada nas suas palavras fazia pressentir a gravidade dos seus quadros. São graves como a fatalidade. O seu erotismo é doloroso».

George Besson, 1920

6.2.06

Página 58: Para o que me deu!... :-)


Alguém explica a Paulo Bento que não chega fazer cara de mau para se parecer com José Mourinho?...

4.2.06

Página 57: Hoje como ontem


Palavras bonitas e bem intencionadas. Mas o português é traiçoeiro…
E logo me vem a recordação, longínqua, de uma história protagonizada pela avó D., num tempo em que a declaração de amor se formalizava, obrigatoriamente, pela escrita:
«… Nutro por si, senhora, os mais nobres e sinceros sentimentos. Penso que sou correspondido no meu amor. Enganarei-me?». Resposta certeira e implacável: «Enganarou-se».
Como escapar a tão pesada tradição familiar?!

3.2.06

Página 56: Pedido

Não me digas para escrever quando o que quero é viver.
Não me digas que homens interessantes parecem os nossos avós.
Não me digas que vais dormir e me deixas, perdida na noite e com medo de mim, às nove e meia!
Não comas na minha frente as sobremesas da avó Matilde com esse corpinho de enguia sem esforço.
Não rejeites a meio a caipirosca, quando já anseio por uma segunda.
Não me digas, ciclicamente, que isto dos blogs... tu sabes... para depois seres uma das mais activas blogueiras.


Sobretudo, não exclames que ele é bonito, quando to mostro e te digo que o perdi, que o perdi…