P.250: Leituras...
Porque as minhas reflexões têm andado um pouco à volta de características nacionais, recordo aqui dois textos de um homem inteligente e sensível, implacável nos seus julgamentos como são tantas vezes aqueles que vêem com uma clareza excepcional: Fernando Pessoa.
Trata-se dos artigos “O provincianismo português”[1] e “O caso mental português”[2] e a mim sugerem-me uma autópsia ao carácter luso, dissecadas que são, metodicamente, as suas características e tendências.
A análise é genérica e muito pouca gente representará a excepção à regra que abraça quase todos. Mas não há como negá-lo: é a nossa fotografia, um daguerreótipo que continua de grande actualidade na era do digital! São pequenos textos, mas grandes leituras.
Publicados conjuntamente pela Editorial Nova Ática, transcrevo um excerto da conclusão do segundo artigo:
«Ora, feitos estes reparos analíticos quanto ao estado mental dos nossos homens de talento, é inútil alongar este breve estudo, tratando com igual pormenor o resto do escol. Se o escol do escol é assim, como não será o resto do escol? (…) O nosso escol político não tem ideias excepto sobre política, e as que tem sobre política são servilmente plagiadas do estrangeiro – aceites, não porque sejam boas, mas porque são francesas ou italianas, ou russas, ou que quer que seja».
[1] In «Notícias Ilustrado», nº9, série II, Lisboa, 12 de Agosto de 1928.
[2] In «Fama», nº1, Lisboa, 30 de Novembro de 1930.
Trata-se dos artigos “O provincianismo português”[1] e “O caso mental português”[2] e a mim sugerem-me uma autópsia ao carácter luso, dissecadas que são, metodicamente, as suas características e tendências.
A análise é genérica e muito pouca gente representará a excepção à regra que abraça quase todos. Mas não há como negá-lo: é a nossa fotografia, um daguerreótipo que continua de grande actualidade na era do digital! São pequenos textos, mas grandes leituras.
Publicados conjuntamente pela Editorial Nova Ática, transcrevo um excerto da conclusão do segundo artigo:
«Ora, feitos estes reparos analíticos quanto ao estado mental dos nossos homens de talento, é inútil alongar este breve estudo, tratando com igual pormenor o resto do escol. Se o escol do escol é assim, como não será o resto do escol? (…) O nosso escol político não tem ideias excepto sobre política, e as que tem sobre política são servilmente plagiadas do estrangeiro – aceites, não porque sejam boas, mas porque são francesas ou italianas, ou russas, ou que quer que seja».
[1] In «Notícias Ilustrado», nº9, série II, Lisboa, 12 de Agosto de 1928.
[2] In «Fama», nº1, Lisboa, 30 de Novembro de 1930.
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