30.4.07

P.242: Viagens no tempo: Éfeso

As evocações do encanto das ruínas romanas no blogue Glosa Crua, fizeram-me lembrar a visita que fiz a um dos locais mais belos dessas ruínas, a cidade de Éfeso, e levaram-me a procurar o respectivo álbum de fotografias. Infelizmente, essa viagem aconteceu antes da explosão da máquina digital e antes do meu entusiasmo fotográfico. Por isso, o que encontrei como testemunho dessa passagem não corresponde à grandeza do que me ficou cá dentro. Razões suficientes para talvez lá voltar. Aliás, muito do que vi na Turquia me agradou de tal maneira que um regresso encontrará sempre justificação.

O que recordo é uma cidade ainda perfeitamente delineada e equipada com serviços e comodidades que os exigentes cidadãos não dispensavam; com avenidas comerciais largas, bairros residenciais de casas lindamente atapetadas de mosaicos; na mesma praça o mercado e a biblioteca, ambos de belíssimas fachadas; termas e latrinas públicas, com os fornos para o aquecimento das águas e as condutas; um teatro colossal, com acústica perfeita; muitos templos… um deles, o de Artemis, um pouco desviado do núcleo urbano e já muito destruído, foi uma das sete maravilhas do mundo antigo; também, a curiosidade de um anúncio traçado numa laje da rua de entrada na cidade, vindo do porto, indicando a localização de um bordel e o preço a pagar pelos serviços – primórdios da publicidade.


Éfeso cristalizou no tempo e mantém-se em muito razoável estado de conservação. Por isso, para quem sente a emoção das pedras que falam da história de outras vidas, percorrer os seus trilhos é uma experiência forte, que permanece.