27.4.06
25.4.06
Página 86: 25 de Abril, efeitos do tempo

20.4.06
Página 85: a sublime forma de exprimir

Um pouco mais de sol - eu era brasa, / Um pouco mais de azul - eu era além. / Para atingir, faltou-me um golpe de asa... / Se ao menos eu permanecesse aquém...
Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído / Num grande mar enganador de espuma; / E o grande sonho despertado em bruma, / O grande sonho - ó dor! - quase vivido...
Quase o amor, quase o triunfo e a chama, / Quase o princípio e o fim - quase a expansão... / Mas na minh'alma tudo se derrama... / Entanto nada foi só ilusão!
De tudo houve um começo ... e tudo errou... / - Ai a dor de ser - quase, dor sem fim... / Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim, / Asa que se enlaçou mas não voou...
Momentos de alma que, desbaratei... / Templos aonde nunca pus um altar... / Rios que perdi sem os levar ao mar... / Ânsias que foram mas que não fixei...
Se me vagueio, encontro só indícios... / Ogivas para o sol - vejo-as cerradas; / E mãos de herói, sem fé, acobardadas, / Puseram grades sobre os precipícios...
Num ímpeto difuso de quebranto, / Tudo encetei e nada possuí... / Hoje, de mim, só resta o desencanto / Das coisas que beijei mas não vivi...
Um pouco mais de sol - e fora brasa, / Um pouco mais de azul - e fora além. / Para atingir faltou-me um golpe de asa... / Se ao menos eu permanecesse aquém...
Mário de Sá-Carneiro
15.4.06
Página 84: Paz

Há momentos assim, em que a solidão é comunhão e a paisagem, esta, estranhamente, é velha conhecida, grande amiga…
Há momentos assim, de tranquilidade de fim de tarde, de fim de missão, de interregno de obrigações, em que estando todos bem, entregues a si, aos seus outros e esquecidos…
Página 83: Paixão...
