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«A segunda família», crónica “Porque Sim” do doutor Daniel Sampaio, na Pública de 6 de Abril, faz um retrato fiel do ser, do ter e do fazer diário dos nossos adolescentes e jovens. Mãe e professora de gente nessa faixa etária, fiquei presa à visão de certa forma exterior do autor, à clareza que essa exterioridade e um espírito analítico experimentado permitem.
A escolha e aproximação à designada “segunda família” é feita pelo jovem e esta é composta por colegas, amigos, contactos na internet, uma rede relacional que secundariza a família e onde imperam o consumo, o prazer, o espectáculo. Os pares de amigos – havia sempre um mais chegado – foram substituídos por grandes grupos de gente que nem sempre se conhece verdadeiramente ou contacta presencialmente. E a televisão e o cinema deixaram completamente de produzir ídolos que, a par de alguns da música (bastante menos endeusados do que os de gerações anteriores), passaram a ser “sites” e programas de conversação.
Uma socialização que se faz desta forma, não só foge ao controlo da família, como cava um fosso de desconhecimento entre pais e filhos, entre adolescentes e adultos. O garoto que vinha tocar umas guitarradas e ficava para jantar com a família do amigo, já pouco dá a cara, se é que sabemos que existe e quem é…
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