P.364: Acerca da Argélia
A Argélia não é um país procurado para visitas de lazer nem quis ainda, nem poderia, entrar nas rotas turísticas de que fazem parte os seus vizinhos Marrocos e Tunísia.
Passeando por Argel e mais dois ou três locais próximos onde é possível ir com relativa segurança, entende-se bem porquê. Não é pela geografia, que ajuda imenso oferecendo paisagens belíssimas. Não é pela herança colonial: os franceses deixaram na arquitectura e nos equipamentos o que com mais qualidade e harmonia de formas pode ainda ver-se.
É mesmo o passado recente, o presente descuidado que, sem exagero, não oferecem um único local que se possa “apreciar no presente do indicativo”, tempo e modo de actualidade e de verdade.
Tudo é pretérito, perfeito e imperfeito, e condicional: Ah, sim, isto já foi bonito! Se estivesse limpo, se estivesse acabado... seria bonito! Na dúvida arrisca-se, por vezes, um futuro perfeito: terá sido um parque desportivo ou de diversões…
Há, com certeza, razões históricas, civilizacionais, que justificam o abandono, a degradação, a sujidade, o inacabamento, a fealdade... que grassa por todo o lado. Lamentáveis razões.
Alger la Blanche arrisca-se a perder a cor sob camadas de negligência e contiguidades apodrecidas. Parece que Allah também dá nozes a quem não tem dentes...
Passeando por Argel e mais dois ou três locais próximos onde é possível ir com relativa segurança, entende-se bem porquê. Não é pela geografia, que ajuda imenso oferecendo paisagens belíssimas. Não é pela herança colonial: os franceses deixaram na arquitectura e nos equipamentos o que com mais qualidade e harmonia de formas pode ainda ver-se.
É mesmo o passado recente, o presente descuidado que, sem exagero, não oferecem um único local que se possa “apreciar no presente do indicativo”, tempo e modo de actualidade e de verdade.
Tudo é pretérito, perfeito e imperfeito, e condicional: Ah, sim, isto já foi bonito! Se estivesse limpo, se estivesse acabado... seria bonito! Na dúvida arrisca-se, por vezes, um futuro perfeito: terá sido um parque desportivo ou de diversões…
Há, com certeza, razões históricas, civilizacionais, que justificam o abandono, a degradação, a sujidade, o inacabamento, a fealdade... que grassa por todo o lado. Lamentáveis razões.
Alger la Blanche arrisca-se a perder a cor sob camadas de negligência e contiguidades apodrecidas. Parece que Allah também dá nozes a quem não tem dentes...
7 Comments:
De certeza que dá. Penso que essa é uma característica do Continente, sobretudo dos países do Norte.
Leste o meu desafio?
Beijo
Li, já não me recordo onde que:
1. A primeira impressão da Argélia é fortemente negativa;
2. Na segunda visita começa-se a entender;
3. E na terceira começa-se a gostar...
Questão de compreensão ??! :)
É o mesmo em relação à generalidade dos "países" de África: expulsos os "terríveis colonizadores" o que ficou? Miséria, doença, fome, guerra, numa palavra, atraso. Mas, é claro, isto é politicamente incorrecto. Há que louvar a "emancipação dos povos", seja lá isso o que for...
postscriptum
Li por alto, mas ainda não me senti imbuída do espírito da coisa... :-) A ver.
Carlos
Ora aí está uma pergunta que tenho que te "devolver"... não sem uma pontinha de preocupação: É assim??!
:-)
f. do valle
As causas e os casos facilmente se podem tornar tema de uma discussão inesgotável...! Ainda assim, parece-me que a generalização não faz justiça a alguns países que dão sinais positivos de melhoria e de maturidade, passados os delírios da emancipação.
MM
Respondendo à questão colocada, é um facto que o primeiro impacto é certamente o mais negativo. Depois ou por habituação, ou por redução de expectativa ou por qualquer outra coisa, melhora... ligeiramente!
Alger estava no meu imaginário impossível, como Agadir, Cairo, Tunes, Tripoli, Alexandria, Istambul. Sinto-me "antiga" demais para ver a degradação. E penso que muito folga (e folgou) a Europa com o subdesenvolvimento dos países do Sul. Religiões à parte. "Ensinar a pescar" seria um caminho equilibrado. Gostei de te ler!
Vim pela mão de uma colega de profissão que nunca esqueci, de nome igual ao teu, na altura uma menina de alma grande e bonita, hoje mãe de adolescentes - e uma grande profissional, tenho a certeza.
Como o mundo é pequeno, afinal já te «conhecia» do PPP!
Gostei de ler-te, surgiu-me um ou outro comentário a fazer, mas preferi falar-te neste porque me tocaste. Perdi o meu único irmão nesse país quente que visitaste, há mais de 25 anos!
Um abraço, voltarei mais vezes.
Enviar um comentário
<< Home