18.10.07

P.360: Guerra

Ainda a verdade.

Talvez alguma me surja no confronto agora pacificado das duas partes, em mostra na série Guerra da RTP1. Verdade sobre um passado enlaçado com os primeiros tempos da minha vida.

Não fora ainda, até aqui, tempo de despertar a curiosidade sobre essa verdadeira história. Não fora ainda tempo de aceitar mais do que os pequenos relatos familiares na primeira pessoa.

Agora sim. Disponho-me a descobrir o ambiente que um jovem, na perspectiva de ser meu pai, encontrou. Desembarco em Angola, no seu lugar, oficial que vem para a guerra. Observo tudo com os seus olhos de homem jovem e bom.

É assim que quero saber, hoje, das imagens, dos medos, das ordens cumpridas, das revoltas, da fome, das marchas, das ciladas, das dores físicas e das outras… e das dúvidas… Encarar eu, na sua vez, alguns dos fantasmas que guardou todo o tempo de vida que seguiu, sombras só esboçadas nos seus contornos menos sinistros e em parcas palavras.

4 Comments:

Blogger Belzebu said...

Um regresso a um passado que para muitos, está tudo menos resolvido!

Aquele abraço infernal!

outubro 19, 2007 6:43 da tarde  
Blogger M. said...

Sim, Nucha, temos tanta coisa para compreender desta guerra, ou pelo menos tentar compreender.
É tão bonito o modo como falas deste assunto.

outubro 20, 2007 12:50 da tarde  
Blogger APC said...

É... Percebi-te perfeitamente.
Em menina perguntava muito o porquê daquela imensa cicatriz que o meu pai trazia na perda, e era mais o silêncio e as desculpas de ocasião que me respondiam a muito pouco sobre o tanto que aquele homem guardava (e guarda) de uma gerra em Moçambique, onde eu viria a nascer. Entendo-te. E gostei muito de te ler assim.
Um abraço*

outubro 21, 2007 9:26 da tarde  
Blogger aDesenhar said...

entendo-te perfeitamente.
:-)
bjs

ps. saudades do meu Prof.

outubro 25, 2007 4:39 da tarde  

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