19.5.08

P.433: TUA… por justa causa







  • Um rio vivo que quer continuar a correr para a foz pelos próprios meios.
  • Uma linha férrea integrada de forma única numa paisagem excepcional.
  • Um destino que se quer turístico e que pode sê-lo, rendendo mas preservando…
  • Uma debilidade nas razões de querer acabar com o que é e com o sonho de ser mais…

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As palavras dos "Quercus"

O caso da barragem do Foz Tua
No caso da barragem do Foz Tua existem quase todos os impactos negativos que associamos às barragens de grande dimensão. Por um lado ocorrerá a supressão pura e simples daquele que nós consideramos ser talvez o mais belo vale de toda a bacia do Douro, com grande parte da sua paisagem centenária e ecossistemas ainda intactos. A perda desta grande beleza paisagística, transversal a alguns concelhos, constituirá um empobrecimento da região. A eliminação do mapa de uma das linhas de faixa estreita mais belas do mundo – considerada assim por associações de amigos dos caminhos-de-ferro de todo o mundo – constituirá uma perda irreparável, quer de um aproveitamento turístico sustentável, uma vez que linhas com estas características são muito procuradas para lazer, quer de uma futura ligação ferroviária na região, no âmbito de políticas de transporte mais amigas do ambiente, que se possam querer encetar no futuro. Do mapa serão também riscados importantes locais de cultura e lazer. São exemplo as termas de S. Lourenço, com água quente sulfurosa que brota dos pés da estátua medieval do mesmo santo, onde se tomam banhos medicinais, num edifício de forma invulgar, e as Caldas de Carlão (concelho de Alijó), onde se manifesta algum do vulcanismo da região, estas já com instalações modernas de hidroterapia. Seria também submergida a praia fluvial no Tinhela, adjacente às Caldas de Carlão, com arvoredo que lembra o Choupal em Coimbra. Do ponto de vista ecológico e paisagístico, afigura-se-nos impensável, o buraco de dimensões épicas que teria de ser feito, entre o local da barragem e a verdadeira foz do Tua, locais separados por cerca de 300 metros, para viabilizar o mecanismo de contra-embalse previsto, o qual visa aumentar a produtividade da barragem. A foz do Tua é uma zona de grande sensibilidade ambiental que seria, pura e simplesmente, arrasada. Com esta barragem, o Estado português faz tábua rasa da diversidade biológica, violando assim compromissos assumidos na União Europeia, nomeadamente a Estratégia Pan-Europeia da Diversidade Biológica e Paisagística. Pelos motivos já citados, acreditamos que a construção da barragem do Foz Tua teria impactos muito negativos ao nível da paisagem, da ecologia e do património, inviabilizando uma verdadeira exploração turística dos concelhos, constituindo assim um empobrecimento significativo da região e contribuindo para a desertificação humana destes locais. Os benefícios apontados afiguram-se-nos demasiado escassos para contrapor aos aspectos negativos identificados.

(Mais informações no site do Núcleo Quercus de Vila Real)

5 Comments:

Blogger Carlos Sampaio said...

Não tenho a menor dúvida. A linha do Tua, sobretudo da foz até Mirandela, ficou-me de forma indelével na memória de uma fabulosa viagem de comboio feita há muitos anos.

Há uma petição aberta. Não sei se serve para algo de concreto. Eu assinei.

http://www.petitiononline.com/tuaviva/petition.html

maio 21, 2008 6:28 da tarde  
Blogger Maria Manuel said...

Sim. Petição aqui. Eu também já assinei.

maio 21, 2008 10:07 da tarde  
Blogger bettips said...

E a UTAD? e as forças vivas? mas que será de nós se tudo for para lucro e lucro? E como o David mostrou há tempos, as pequenas e velhas locomotivas conservadas? Porque é que somos "assim"?
(Tomei banho há 40 anos nas Termas de S. Lourenço ...) Cada rio, cada duna, cada árvore...cada luta?

maio 26, 2008 1:19 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Será que conseguem convencer o Jorge Coelho da Mota (vulgo Coelhones) e outros aliados da betonização dseta país?

junho 04, 2008 1:03 da manhã  
Blogger APC said...

Aperta-se-me o coração. Nem digo nada!

junho 17, 2008 4:18 da manhã  

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