P.344: Post mortem
Hoje, 10 anos após a morte de Madre Teresa de Calcutá, a tal mulher tão humilde que até para morrer “escolheu” a sombra da diva que absorveu o fragor das suas exéquias, a minha admiração pela pessoa despojada que ela foi aumentou.
Soube das suas dúvidas, da continuada interrogação sobre a existência de Deus – retiro, para já, da minha consideração o aproveitamento de próximos e de jornalistas nesta divulgação – e aquilo que era, confesso, o meu comedido apreço pela "devota" cresceu a olhos vistos, ao saber que a dádiva de tempo, de energia, de trabalho… de vida, se fez, afinal, mais pela generosidade e pela crença na possibilidade terrena de praticar o bem, do que pela fé na divina transcendência missionária… em termos “tradicionais”.
Não tenho como dizer isto sem ofender a sensibilidade dos crentes, que mo desculpem. A minha faz-me mais reverente em relação a alguém que age pela própria força, consciência, vontade… sem ditames superiores e capaz, com ou sem polémica, de tornar melhor a vida de outros…
E penso, inevitavelmente, a este propósito, na longa corte cardinalícia das santas Madres Igrejas, nas suas várias vertentes, nos ventres cheios, nas ociosas leituras, nas peles tratadas, nos linhos das vestes… E em tão pouca dádiva! É melhor parar por aqui!
Gostei que a velhinha, que não era Teresa, tenha tido ainda, a título póstumo, esta oferenda que a engrandece a meus olhos: a da sua dúvida, que a torna mais humana ainda! E mais digna.
Soube das suas dúvidas, da continuada interrogação sobre a existência de Deus – retiro, para já, da minha consideração o aproveitamento de próximos e de jornalistas nesta divulgação – e aquilo que era, confesso, o meu comedido apreço pela "devota" cresceu a olhos vistos, ao saber que a dádiva de tempo, de energia, de trabalho… de vida, se fez, afinal, mais pela generosidade e pela crença na possibilidade terrena de praticar o bem, do que pela fé na divina transcendência missionária… em termos “tradicionais”.
Não tenho como dizer isto sem ofender a sensibilidade dos crentes, que mo desculpem. A minha faz-me mais reverente em relação a alguém que age pela própria força, consciência, vontade… sem ditames superiores e capaz, com ou sem polémica, de tornar melhor a vida de outros…
E penso, inevitavelmente, a este propósito, na longa corte cardinalícia das santas Madres Igrejas, nas suas várias vertentes, nos ventres cheios, nas ociosas leituras, nas peles tratadas, nos linhos das vestes… E em tão pouca dádiva! É melhor parar por aqui!
Gostei que a velhinha, que não era Teresa, tenha tido ainda, a título póstumo, esta oferenda que a engrandece a meus olhos: a da sua dúvida, que a torna mais humana ainda! E mais digna.
2 Comments:
Subscrevo na integra o que escreveste. Dar-mo-nos porque Deus é uma inevitabilidade é uma coisa e outra é pelo simples prazer de ajudar a minorar a dor alheia.
Tb não vou tecer considerações sobre a/as Igreja/s.
Um bom dia
Era muito miúda quando disse, em casa, que dar para agradar a outrém que não a quem se dá, não poderia ter o mesmo valor que dar a quem precisa, como fim em si mesmo. Não sabia dizê-lo bem (não sei dizê-lo bem), mas talvez tenha sido então que a minha família percebeu a minha (de)_rota de fé!
Gostei!!! :-)))
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