13.1.07

P.162: Postais ilustrados

Não fora pelas viagens da minha mãe e pela teimosia epistolar da minha tia, irmãs que são também no gosto de escrever, e a minha caixa do correio – a física, aquela que tem ranhura e porta e fica ao fundo da escada –, seria um triste caixote de lixo publicitário, acrescido dos enfadonhos envelopes institucionais das contas para pagar!...

Assim, por obra principalmente da segunda, que vive longe de nós, lá me vão chegando coloridos postais da nossa bela capital, do Algarve, da Serra da Estrela e de mais uma ou outra civilizada cidade europeia que o meu tio, sempre cuidadoso, lhe permite visitar. Ou então, postais com quadros de pintores famosos. E quando não é a cor da ilustração é o texto que é registado em tons variados e alegres, numa caligrafia a que chamo à anos 60… :-) ornada, uma vez por outra, com uma florzinha à Mary Quant.


Os da minha mãe são diferentes. Vêm de paragens mais longínquas e, como geralmente chegam depois dela, ficam apenas como testemunho da sua passagem pelos locais.

A mensagem é geralmente muito simples e reduz-se, no fundo, a dizer-nos que fomos lembrados. Que mais, se há meios tão rápidos e eficazes de dizer tudo o resto?

Mas o postal ilustrado tem o valor da escolha, o trabalho da escrita, da compra do selo, da ida ao correio ou ao marco. Tem ainda o valor da tradição, que era bonita!

2 Comments:

Blogger A. Pinto Correia said...

Nunca nada substituirá a palavra escrita. Tens razão, os postais são gestos de afecto; o e-mail é apenas uma triste e ténue imagem do afecto.
Bjs

janeiro 13, 2007 9:52 da tarde  
Blogger M. said...

Gostei muito de vir ler-te aqui.
Eu ainda uso enviar postais a quem gosta de os receber. É tão bom!

fevereiro 12, 2012 7:24 da tarde  

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