P.139: Amostra
Local de trabalho. Sete mulheres em torno da mesa. Fala-se de cansaços, de depressões, de psiquiatras. Três tomam regularmente comprimidos para dormir e duas tomam-nos com frequência. Todas já tomaram calmantes ou anti-depressivos. Há uma que vai fazer o desmame no mês que vem, outra a quem basta ter comprimidos na carteira para usar em SOS. Três casadas. Uma divorciada de longa data. Uma solteira de sempre. Duas em fase de separação. São estas as regulares no psiquiatra. O mesmo, porque a primeira a ser abandonada o indicou à outra. A manhã vai a meio. O trabalho a um terço. O ar em torno da mesa é de normalidade. Não tarda todas estarão de novo no cumprimento da sua função!...
8 Comments:
Desejo uma óptima semana
Presumo que estejas a falar de professoras. As estatísticas mostram que esta classe é a mais afectada pela depressão, o que não admira..
Bjs
Sim, falo da escola.
Trata-se de uma amostra que supeito representativa... e não só deste meio.
Não tenho dados seguros, apenas impressões.
Caro Pirata, agradeço a sua sugestão, mas o blog que indica só está acessível a leitores seleccionados:
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Ai, mas isto é defeito de sexo ou de profissão?! Mas não é contagioso, disso tenho a certeza!
Isto começa a ficar difícil! Mais dia menos dia esta triste realidade estende-se a todos nós! Depois, uma simples mesa redonda vai ser pouco. Enormes assembleias, com depressões profundas nos esperam!
Saudações infernais!
Bom...
E será que se pode tudo atribuir às caracterísiticas exigentes da profissão e à situação actual do ensino, realmente complicada?
Como será a mesa de um grupo que de pessoal da Opel Azambuja ou de uma empresa textil menos mediática?
Será que a "segurança" das condições básicas e a ausência de risco/ausência de desafio não serão "ausências" a mais e a causa principal?
Será assim difícil encontrar desafios motivadores e catalizadores das energias?
Carlos
Não sei responder a essas questões, mas sobre elas, o bom senso diz-me três coisas:
1) que provavelmente as causas serão muitas, complexas e não forçosamente as mesmas para todos os casos;
2) que não é lógico que um aumento do risco e da insegurança seja benéfico na criação de um ambiente de tranquilidade e felicidade;
3) que os desafios, para o serem realmente, devem ser lançados de forma a motivarem as pessoas e levar à sua adesão.
Não estou tão certa assim que o “mal” não afecte a chamada classe operária, embora desconfie que a prevalência seja menor.
Continuando...
1. Claro.
2. O problema de base não me parece ser, decididamente, falta de tranquilidade formal. E, haverá tranquilidade real sem desafio?
3. E o lançar dos desafios não dependerá principalmente do próprio? Se o próprio se demite de lançar os seus desafios e passa à passividade, temos um ingrediente para a origem do drama.
Quanto ao resto, garanto que tem dificuldades em obter o "pão nosso de cada dia" tem seguramente outro tipo de problemas.
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