P.124: Episódios do quotidiano
A colecção era interessante e, apesar de cara, parecia valer a pena. Urbanamente, mostrei ao vendedor um interesse comedido, enquanto interiormente fazia as contas do meu deve-haver dos próximos tempos, programando já as possíveis reduções aqui e ali, para dar meios àquela compra, e a arrumação das estantes, para lhe dar espaço.
Na espera e para ser simpático, o vendedor perguntou-me por filhos. E informado da idade do meu, querendo fazer-me a simpatia de me afirmar jovem, saiu-se com esta pérola: Já dezasseis?! Pois é. Aqui faz muito frio, não é verdade? (acompanhamento com o adequado sorriso…)
Depois desta sensibilidade no trato, naturalmente não esperei que o homem percebesse que, naquele preciso momento, com aquela intervenção tão bem intencionada quanto desastrada, deitara a venda a perder! Despedi-me com vontade de lhe dizer que a sua profissão exige bem mais do que o fato e gravata da praxe, a pasta dos desdobráveis e a meia dúzia de frases decoradas sobre o produto. Mas calei-me.
Na espera e para ser simpático, o vendedor perguntou-me por filhos. E informado da idade do meu, querendo fazer-me a simpatia de me afirmar jovem, saiu-se com esta pérola: Já dezasseis?! Pois é. Aqui faz muito frio, não é verdade? (acompanhamento com o adequado sorriso…)
Depois desta sensibilidade no trato, naturalmente não esperei que o homem percebesse que, naquele preciso momento, com aquela intervenção tão bem intencionada quanto desastrada, deitara a venda a perder! Despedi-me com vontade de lhe dizer que a sua profissão exige bem mais do que o fato e gravata da praxe, a pasta dos desdobráveis e a meia dúzia de frases decoradas sobre o produto. Mas calei-me.
1 Comments:
Há duas explicações para esse episódio:
Uma é o indíviduo ser mesmo parvo e ter dito isso dessa vez como diria umas tantas outras igualmente.
Outra, foi tentar gracejar na base daquela "terá casado aos 15?" e, infelizmente, saíu-lhe essa "desinfelicidade".
Por vezes, em fogo real e em tensão, nem sempre o discernimento
é o melhor! E quem nunca meteu os pés pelas mãos que atire a primeira pedra...
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